Representatividade no Circo Voador: noite de resistência com Tássia Reis + Luedji Luna
Texto:Mariana Zanchetta
Na última sexta feira (04),
metade da cidade se voltava ao metal do Rock in Rio enquanto a outra parte se
concentrava no Circo Voador para ouvir as artistas Tássia Reis e Luedji Luna.
Com um evento pulsando representatividade, artistas e artesões independentes
expunham suas obras embebidas de história (d)e resistência nos espaços do
Circo, antes do show começar.
O público, ao som da DJ KenyA, se agitava com uma setlist de revival dos anos 2000. Aos poucos o Circo ficou sem espaço, só restando calor HUMANO, para receber Tássia Reis. Ao som de seu último álbum Próspera (2019), músicas como “Imensa Luz”, “Dollar Euro”, “Ah Vá”, “Preta D+”, “Try”, ”Pode Me Perdoar”, “Eu + Vc”, “Myriam” e “Próspera”. Contou também com a participação DJ Nyack de outro grande artista como Melvin Santhana, cantando “Amora”. Parceria essa também presente no álbum de Melvin Abre Alas (2017), no single “Call Me”, que conta com a participação de Tássia. Outra participação foi a de Preta Arya, que dividiu os palcos com Tássia ao som de “Shonda”, ecoando as vozes de mulheres negras, vivas e que resistem.
Diretamente de Salvador, Luedji
Luna entra ao som de Um Corpo no Mundo
(2017). Num ritmo embalado por músicas como “Acalanto”, “Cabô”, “Saudação Malungo”, “Banho de folhas”, o público
não se conteve. A apresentação contou
também com a participação de DJ Djonga, DJ Nyack, Preta Arya e Tássia Reis,
tornando o show ainda mais expressivo.
Palavras de ordem como “Parem de
nos matar”, “Agatha presente”, “Marielle presente” e “Fogo nos racistas”, foram
ecoadas. Uma demonstração de inquietação, frente a uma necropolítica de governo
legitimizada e assustadora. Na frase clichê, “Ninguém solta a mão de ninguém”,
que a oportunidade e parceria entre os artistas aproxime cada parte, dando
visibilidade aos múltiplos músicos independentes, negros, vivos e que resistem.
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