Do Rock alternativo à psicodelia na Bro Cave: Saiba o que rolou no primeiro dia de Festival Saravá 2019.


Florianópolis-SC
Data: 14/11/2019
Texto: Thaís Dutra 

Se o público da primeira noite do Festival Saravá, ao invés de ter ido ao Bro Cave, tivesse combinado de se juntar pra, sei lá, lamber sapos bufos numa rodinha na beira da praia... olha, eu não sei não, viu...se teriam atingido os níveis de psicodelia que atingiram. O Festival Saravá 2019 começou com uma noite de nascer o terceiro olho no meio da testa!


Com tom intimista, o trio Fabrin (SC) abriu a caverninha mais querida da ilha. A banda surfou na suavidade, com sonoridades estruturalmente melódicas, esse melódico pop que bebe da fonte de um Tame Impala, talvez? Pode ser, mas não apenas. Os timbres foram (e vão, afinal) da neopsicodelia ao dreampop, e aquela pegada noise experimental ao fundo. Até baladinha romântica pra dançar juntinho da(o) morena(o) rolou.

A próxima banda a tocar mandou um mantra atrás do outro! Estado contemplativo total para assistir a Bike (SP) nos levar ao topo da montanha e depois à base novamente, e novamente ao topo, e de novo à base, o show inteiro... (Sísifo feelings). O post tropicália da Bike tem camadas fluídas e hipnóticas, a gente quase flutua junto ouvindo e sentindo. Além dos clássicos, a banda tocou músicas do seu lançamento, Quarto Templo (2019), mas se apresentou com liberdade nos tempos e intensidades diversas, o que faz com que cada show seja diferente, como apontou Daniel Danda’s, o baterista. Esse que mereceu o selinho de “explícit” enquanto tocava, pois compartilhou com o público vários orgasmos musicais no palco mesmo, ao vivasso.

Seguindo na lisergia da noite, eu senti vontade de dançar pro mar, na madrugada mesmo, ouvindo os sons da Glue Trip. A performance alternava muito bem no destaque de cada instrumento, assim, as ondas sonoras, que nessa nova fase da banda têm uma pegada mais eletrônica e oitentista, no corpo tinham o efeito de correntes elétricas. Outra marca do quarteto (que se originou de um duo formado por Lucas Moura e Felipe Augusto - aniversariante da noite que ganhou cachaça do público) é o hibridismo rítmico que acompanha grande parte de suas faixas. Moura já afirmou que a intenção do último álbum, Sea At Night (2018), era mesclar Clube da Esquina com Daft Punk… oras, mas que ousadia! E é das ousadias que surgem as melhores coisas, né não?


Falando em ousadia, o último grupo a se apresentar na noite foi o MENAGE (SC). Com fortes influências de stoner, grunge e garage rock, o power trio de rock agitou o final do primeiro dia de festival, e o destaque fica justamente pra ousadia nas performances das minas, muito enérgicas, potentes, e, também, nas letras, cruas e questionadoras. Uma sonoridade de banda dos anos 90, com riffs marcantes.

Enquanto a música rolava, grafites nas paredes da Bro Cave eram feitos, em meio a casa lotadassa, durante a noite inteira, e o público, alucinado, mal podia esperar pelo que viria nos próximos dias do Saravá 2019.

📷 Thais Dutra 

Ps: não foram utilizadas substancias psicoativas durante a cobertura deste show. Porém as bandas... Psicodelicas mesmo


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